Month: Novembro 2008

Algumas novidades

tenho sentido falta de escrever coisa…mas eu sou da seguinte opinião, se não for pra ser bem feito melhor nem começar (pausa para o café)….
Bem, então o que tem de novo na versão Carol pré 2009?

O emprego novo vai bem obrigada, apesar da correria está muito legal. Apesar de estar aqui há um mês eu ainda não sei todos os clientes que trabalham conosco, mas enfim tô aprendendo. Só tem uma coisa que realmente tem me tirado o sono: os Chineses e os Indianos.

Não, eles não são uma ameaça para o meu trabalho nem nada disso, mas eu não entendo o que eles tentam falar em inglês.. os nome deles então, piorou! E. não tem curso de inglês que vai me ensinar isso. Só achei estranho me contratarem, pois pelo que vi aqui eles precisam de alguém com inglês fluente e eu não sou fluente, e eu falei isso. Vamos ver no que vai dar, só espero que essa crise passe logo, pois esta empresa só sobrevive de comissão..

Bem, meu pai e meu irmão estão fora do Brasil, que chato né? Meu irmão arrumou um trabalho na Alemanha, e começa hoje inclusive! Meu pai foi junto para acompanhá-lo, só não sei pra que exatamente… aí fiquei pensando umas coisas, que até me deixaram um pouco chateada, porque meu pai foi atrás de emprego pro meu irmão lá e para mim e para minha irmã não? Parece um pouco injusto isso, além de ser a segunda vez que ele paga passagem pro meu irmão ir pra lá, sendo que nós nunca fomos. É fogo pensar isso, e também inevitável. Se fosse há 10 anos atrás, falariam que era ciúmes, será? Sinceramente eu acho que não.

Nos dias que fomos lá pra casa dos meus pais, curti a minha sobrinha demais, ela tá fofa! Falando quase tudo… e já fala titia, tia… achei tãããããooo lindo!
A Giulia está uma moça, até pintei umas mechas no cabelo dela! E o tempo passa!

Aí outro dia eu comprei/ganhei um brinquedo novo, tá bom que não é o N95 mas e daí? eu acho o meu mais bonito! e pro tanto que uso está mais que bom! Fiquei pensano nisso também, tem gente que compra os últimos modelos nem é porque precisam e sim para exibir aos outros: Eu tenho, você não tem… tá bom eu sei que sou chata!

E pra tanta chatisse, vou precisar de mais posts em breve!

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Monstros dos nossos dias caóticos

Criando um Monstro.

O quê pode criar um monstro? O quê leva um rapaz de 22 anos a estragar a própria vida e a vida de outras duas jovens por nada? Será que é índole? Talvez, a mídia? A influência da televisão? A situação social da violência? Traumas? Raiva contida? Deficiência social ou mental? Permissividade da sociedade?

O quê faz alguém achar que pode comprar armas de fogo, entrar na casa de uma família, fazer reféns, assustar e desalojar vizinhos, ocupar a polícia por mais de 100 horas e atirar em duas pessoas inocentes?

O rapaz deu a resposta: “ela não quis falar comigo”. A garota disse NÃO, não quero mais falar com você. E o garoto, dizendo que ama, não aceitou um NÃO. Seu desejo era mais importante.

*******.

 

Eu sempre disse muitos NÃOS para meus filhos. Não me arrependo disso; ao contrário!

Hoje eles estão casados, têm seus próprios filhos; não bebem, não fumam, trabalham e estudam para superar-se; enquanto alguns garotos e garotas da minha rua, que cresceram e brincaram com eles; agora estão na cadeia, na prostituição, na droga ou no crime; até um dia serem pegos ou mortos por traficantes. Ontem veio em casa uma mãe do bairro, para me dizer que seu caçula; da mesma idade do meu caçula; foi preso por assalto e foi para o presídio. Claro que ela, como mãe, disse que “tudo foi um engano; os amigos assaltaram e ele entrou de gaiato”.

Já escutei essa mesma história em cinco idiomas, nos últimos quarenta anos.

*******.

 Não quero ser comparado a um desses “humanistas” da esquerda abastada que infestam os programas de TV e explicam tudo de maneira simplista, dizendo que “a culpa do crime é das condições sociais e econômicas”.

Mentira.

Isso não existe.

O NÃO da menina Eloá foi o único NÃO, dessa história toda.

Faltaram muitos outros NÃOS:

Faltou o NÃO de um pai e uma mãe; alienados pelas novelas de TV, dizerem que a filha de 12 anos NÃO podia namorar um rapaz de 19. Faltou uma outra mãe dizer que NÃO iria sucumbir ao medo e ir lá e tirar o filho do tal apartamento a puxões de orelha.

Faltou outros pais dizerem que NÃO iriam atender ao pedido de um policial maluco de deixar a filha voltar para o cativeiro de onde, com sorte, já tinha escapado com vida. Faltou à polícia dizer NÃO ao próprio planejamento errôneo de mandar a garota de volta pra lá. Faltou o governo dizer NÃO ao sensacionalismo da imprensa em torno do caso, que permitiu que o tal seqüestrador conversasse e chorasse compulsivamente em todos os programas de TV que o procuraram. Simples assim.

NÃO.

Pelo jeito, a única que disse NÃO nessa história foi punida com uma bala na cabeça.

O mundo está carente de NÃOS.

Vejo que cada vez mais os pais e professores morrem de medo de dizer NÃO às crianças. Mulheres ainda têm medo de dizer NÃO aos maridos (e alguns maridos, temem dizer NÃO às esposas). Pessoas têm medo de dizer NÃO aos amigos. Noras que não conseguem dizer NÃO às sogras, chefes que não dizem NÃO aos subordinados, gente que não consegue dizer NÃO aos próprios desejos.

E assim são criados alguns monstros.

Talvez alguns não cheguem a seqüestrar pessoas. Mas têm pequenos surtos quando escutam um NÃO, seja do guarda de trânsito, do chefe, do professor, da namorada, do gerente do banco. Essas pessoas acabam crendo que abusar é normal. E é legal.

Os pais dizem, “não posso traumatizar meu filho”. E não é raro eu ver em público alguns tomando tapas de bebês com 1 ou 2 anos.

Outros gastam o que não têm em brinquedos todos os dias e festas de aniversário faraônicas para suas crias. Sem falar nos adolescentes.

Hoje em dia, é difícil ouvir alguém dizer:

“NÃO, você não pode bater no seu amiguinho”.

“NÃO, você não vai assistir a uma novela feita para adultos”.

“NÃO, você não vai fumar maconha enquanto for contra a lei”.

“NÃO, você não vai passar a madrugada na rua”.

“NÃO, você não vai dirigir sem carteira de habilitação”.

“NÃO, você não vai beber uma cervejinha enquanto não fizer 18 anos”.

“NÃO, essas pessoas não são companhias pra você”.

“NÃO, hoje você não vai ganhar brinquedo ou comer salgadinho e chocolate”.

“NÃO, aqui não é lugar para você ficar”.

“NÃO, você não vai faltar na escola sem estar doente”.

“NÃO, essa conversa não é pra você se meter”.

“NÃO, com isto você não vai brincar”.

“NÃO, hoje você está de castigo e não vai brincar no parque”.

Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons, justos e firmes NÃOS; crescem sem saber que o mundo não é só deles. E aí, no primeiro NÃO que a vida dá (e a vida dá muitos) surtam. Usam drogas. Compram armas. Transam sem camisinha. Batem em professores. Furam o pneu do carro do chefe. Chutam mendigos e prostitutas na rua. E daí por diante.

Não estou defendendo a volta da educação rígida e sem diálogo, pelo contrário. Acredito piamente que crianças e adolescentes tratados com um amor real, sem culpa, tranqüilo e livre, conseguem perfeitamente entender uma sanção do pai ou da mãe, um tapa, um castigo, um NÃO; intuem que o amor dos adultos pelas crianças não é só prazer – é também responsabilidade.

E quem ouve uns NÃOS de vez em quando também aprende a dizê-los quando é preciso. Acaba aprendendo que é importante dizer NÃO a algumas pessoas que tentam abusar de nós de diversas maneiras, com respeito e firmeza, mesmo que sejam pessoas que nos amem.

O NÃO protege, ensina e prepara. Por mais que seja difícil, eu tento dizer NÃO aos seres humanos que cruzam os meus caminhos, quando acredito que é hora – e tento respeitar também os NÃOS que recebo. Nem sempre consigo, mas tento. É aí que está a solução para a violência cada vez mais desmedida e absurda dos nossos dias.

M. J. Sarracena

atualizado 19/11:soube que a autora do texto original é Karina do Mafalda Crescida http://blog.mafaldacrescida.com.br/
Texto adaptado por M.J. Sarracena!