O Olho do Mal
Angélica Bito
Quando The Eye – A Herança foi lançado em 2002, os nomes dos irmãos tailandeses Oxide e Danny Pang balançaram o mercado cinematográfico de terror. A direção da dupla trazia um frescor único e necessário ao gênero. O sucesso credenciou o longa a virar produto hollywoodiano – o que não é novidade – e seu resultado é O Olho do Mal.
Pela primeira vez em sua carreira, Jessica Alba protagoniza um longa-metragem de terror. Ela é Sydney, uma jovem cega desde os cinco anos. Mas, por insistência da irmã (Parker Posey), ela resolve fazer uma cirurgia de transplante de córnea. Mas, por algum mistério que só pode existir num filme como O Olho do Mal, a córnea de uma menina suicida no México vai parar nos olhos de nossa protagonista. No começo, ela não consegue ver nitidamente. Mas percebe que algumas sombras estão esquisitas demais. Com o tempo, ela descobre que consegue ver não somente o que a maioria das pessoas que enxergam, mas também as pessoas mortas, como diria o personagem principal de O Sexo Sentido. Assustada, Sidney recebe a ajuda de seu psicólogo, o doutor Paul Falkner (Alessandro Nivola), para resolver esse mistério.
Para quem já assistiu ao longa original, lançado no Brasil em DVD, vale lembrar que as cenas são bem parecidas. O único problema neste sentido em se tratando desta refilmagem é que um elemento fundamental da trama, deixado para o fim no longa dos irmãos Pang, é revelado na primeira cena nesta versão, cortando um pouco do mistério que a história poderia guardar ao público. Além disso, como é possível notar quando se trata de refilmagens americanas de terrores orientais, o final é sempre otimista, suprimindo o pessimismo de produções de terror vindas do oriente.
No fim das contas, O Olho do Mal resulta num filme de desenvolvimento levemente diferente do que vemos na produção norte-americana do gênero. A direção ficou por conta da dupla de franceses David Moreau e Xavier Palud (do ótimo, Eles, lançado no Brasil diretamente em DVD), que consegue dar personalidade à condução da história. Ao mesmo tempo, eles são claramente inspirados pelo filme original, até mesmo pela fotografia esverdeada. No entanto, Jessica Alba não consegue convencer em sua atuação. Os sustos tornam-se um tanto quanto previsíveis e o filme demora para avançar da metade para o final. O Olho do Mal flui bem, “trava” e descamba numa série de acontecimentos nada convincentes, atropelados, para culminar num final insosso.
Nota: a tradução Olho do Mal na minha opinião é infeliz, pois não é exatamente só o mal que ele enxerga. Esse eu diria que é um filme “meia-boca”, mas dá pra levar uns sustinhos.
Mmmmm, eu até que gosto de um filminho de terror, hehe.
“O sexo sentido”?(segundo parágrafo, linha 15). Adogo