Sou nerd, mas tô na moda

Dois posts no mesmo dia!!! Inspiração)

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Entenda como os garotos mais estranhos do colégio conquistaram o mundo- e a indústria do entretenimento
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(Você sabe o que é um nerd: aquele cara meio estranho, sem vida social, que adora ciência e tecnologia e tem hobbies obscuros (tipo colecionar gibis japoneses).

Se alguém o chamar de nerd – ou de geek, um subtipo nerd, mais descolado e viciado em brinquedos tecnológicos –, provavelmente não está fazendo um elogio. Ou está? Por incrível que pareça, o nerdismo está na moda. Olhe na TV e no cinema e você perceberá isso.

Até o fim dos anos 90, as séries mais populares eram as comédias urbanas, como Friends e Seinfeld(*meu comentário: Seinfeld é um nerd!!!). Em 2007, muitos dos sucessos da programação têm uma queda nerd: seja solucionando crimes com alta
tecnologia (os detetives de CSI), reinventando a medicina (o cabeçudo doutor de House), discutindo conceitos da física (as teorias por trás de Lost) ou criando computadores (em Heroes).

Essa overdose científica não acontece à toa. É o resultado de uma tendência: a temática dá boa audiências e as emissoras resolvem investir mais dinheiro nela. Tanto que uma das maiores a postas para a temporada é a série The Big Bang Theory (“A Teoria do Big-Bang”), onde os protagonistas, físicos do Instituto de Tecnologia da Califórnia,
tentam conquistar garotas declamando conceitos da Teoria da Relatividade. No horário nobre.

Na 1ª semana de outubro, que marcou a estréia da temporada 2007 nos EUA, 3 programas nerds lideraram a audiência: House, Bionic Woman e CSI. (A conta não inclui as hiperpopulares Lost e Heroes, que continuam de férias.)

CSI foi tão bem-sucedida que deu origem a duas outras séries – CSI New York e CSI Miami. Juntas, elas são seguidas por mais de 2 bilhões de pessoas, em 200 países. “Agora, ser geek é legal”, anunciou o vice-presidente da rede NBC, que já tinha Heroes e acaba de lançar Chuck, sobre um nerd que recebeu no cérebro o download de informações sigilosas.

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Leia mais Dá para ver o fenômeno na música também. O indie rock é a aposta das gravadoras para ganhar dinheiro e sobreviver ao inferno dos downloads piratas.

O cinema também está na onda. Só para citar um exemplo, o veterano Bruce Willis, último dos heróis de ação, se rendeu em Duro de Matar 4.0 – mesmo com toda a sua força, para vencer os bandidos ele teve de pedir a ajuda, veja só, de um hacker.

É o caso de perguntar o que está acontecendo com o mundo. Como aqueles meninos que babavam na gola, os mais ridicularizados do colégio, foram alçados a heróis dos nossos tempos? “Os nerds são muito mais importantes e necessários atualmente”, explica o jornalista americano Neil Feineman, autor do livro Geek Chic – The Ultimate Guide to Geek Culture (“Guia da Cultura Geek”, sem versão em português).

Quando Bill Gates começou a fazer fortuna, nos anos 80, passar a tarde no computador era motivo de chacota. Hoje, é impossível viver longe de um pc. A sua vida está cada dia mais digital – e esse é um caminho sem volta.

É aí que entram os nerds: são eles que vão nos guiar à terra prometida da revolução tecnológica. Vão consertar o computador de casa, recomendar softwares e ensinar a usar todos os recursos do iPhone. De quebra, vão explicar todos os mistérios de Lost!

Repare na diferença: o novo nerd é um cara legal, cujas habilidades são socialmente desejáveis – um sujeito que mesmo você, que não é nerd (ou é?), gostaria de ter como amigo.

Além de mais importantes, os novos nerds estão cheios da grana. “Hoje, você pode fundar uma empresinha de internet e ficar famoso e milionário, como se fosse um astro do rock”, diz Feineman. Já ouviu falar nos donos do Google? Nos YouTube boys? No fundador do Facebook, 23 anos de espinhas na cara e proprietário de um site que pode valer US$ 5 bilhões? Todos nerds. E ricos.

Nos EUA, o setor de tecnologia paga um salário mensal médio de US$ 9.200. Entre todos os setores da economia, só o mercado financeiro remunera melhor. Isso sem falar nas grandes empresas do ramo, que cobrem de mimos seu exército geek: o Google é considerado o melhor lugar do mundo para trabalhar.

Com tanta popularidade – agora todo mundo quer ser nerd! – era natural que o mercado cultural refletisse as mudanças. A indústria dos games, passatempo preferido desse pessoal, já supera Hollywood: fatura US$ 13,5 bilhões anuais, contra US$ 9,5 bilhões dos estúdios de cinema. Até o perfil do jogador mudou: neste ano, pela primeira vez uma pesquisa mostrou as mulheres como maioria entre os gamers. Tudo graças aos jogos online e ao console Wii, da Nintendo, que inaugurou uma nova maneira de jogar, simples e acessível.

É apenas mais uma prova de que a tecnologia saiu do gueto dos garotos com espinhas. Ouça um grupo de meninas e você perceberá que elas falam sobre internet, não vivem sem iPod, sem blog, sem perfil no orkut.

As pessoas comuns estão ficando mais nerds – e os nerds estão ficando mais normais. Isso não quer dizer, claro, que eles sejam totalmente normais. Alguns ainda estão longe disso. Imagine que, ao ver a namorada triste, o rapaz queira dizer algo para acalmá-la. “A vida é cheia de paradoxos. Como a luz, por exemplo. Ela é uma onda, mas aí veio Einstein e mostrou que ela também se comporta como partículas.” Ainda existem coisas que só meganerds, como o físico Leonard, protagonista de The Big Bang Theory, é capaz de fazer.

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18 comments

  1. Eu gostei mto do seu ponto de vista, em relaçao a “moda nerd”

    mas isso eu acho, eh uma teoria, pq mesmo tendo o sucesso desses seriados nerds e filmes nerds, na pratica isso nao acontece
    nao há ainda um popularizaçao do ” nerd”
    vou dar um exemplo do meio q eu vivo, q eh a escola.
    eh mto dificil vc achar um nerd, principalmente um q se assuma como nerd,
    de um jeito ou de outro os nerds ainda sao mtas vezes excluidos e motivo de piada.

    eu sou nerd e eu gosto disso… e eu nao tenho mto medo de q isso vire moda, pq de um jeito ou de outro alguns ainda vao ter um ponto de vista proprio, e esses serao os novos nerds

  2. Claro que Seinfeld é nerd! Ele tem uma action figure do Super Homem na estante da sala!

    Tu tem as imagens do post em maior resolução? A segunda é muito boa!

    Adorei post. Assinei teu feed só por causa dele.

  3. Concordo com o cara de cima, cai de paraquedas aqui.. Não acho que nerd está na moda viu.. Nerd só é mais requisitado e não na moda.. hehe

  4. vou dar meu pitaco por aqui também (apesar desse post ser quase de um mês atrás… rs..) – acho que sou um “meio nerd”. Naquela imagem que você colocou no meio do post, fico no quadrante do “Neonerd / Descolado” rs…

    Sentia muito a parte da exclusão no primário, até a 8a série… acho que foi no colégio que comecei a ficar mais “descolado” rs tinha mais amigos e tal. mas uma coisa que me persegue é o estigma antigo de que nerds não pegam garotas bonitas rs…

    adorei seu texto! ganhaste um leitor! =)

  5. Oi carol,

    seu post está incrível, talvez por me identificar tanto com ele.
    era o garoto zoado na escola, que gostava era de matemática. mas naquele seu gráfico, eu vou para todos os lados, acho que sou pan-nerd. (que horror)

    vi seu post no blog do cardoso, não conhecia seu blog. um absurdo.
    agora, devidamente assinado 🙂

    spark

  6. ops.
    por uma coincidência do além, eu tenho uma amiga chamada Carol, que usa o nick de aliengirl. e, pelo que vi no flickr, não é você 🙂

    vou continuar lendo, gostei dos textos :]

  7. Oi Carol,
    Interessante post, gostei! 🙂
    Não acho que ser “nerd” é da moda, é apenas um jeito de ser, como outros. Ainda tem muitos que preferem não ser nerds assumidos, mas eu sou, e com orgulho 😀
    Muito bom! 🙂

  8. Trabalho para uma casa noturna pra lá de badalada na minha região e por causa de tal fica claro um certo “social” com o qual um tanto de gente me trata até que minhas nerdisses, naturalmente, vão dando algum tipo de sinal e bahh… jah era… +/- a mesma história de sempre de todo nerd.
    Ser nerd e estar na moda é contextual e/ou casual, não podia ser diferente 😉

    Lá no gráfico vou para todos os lados como o spark.//

    Parabéns pelo blog Aliengirl.

  9. Também não acho que ser nerd está na moda. Pode ser nos EUA, aqui no Brasil não, principalmente entre os negros, onde os zé manés são ridicularizados e preteridos pelas mulheres…

    Acordem, tá no DNA! O cara pode até ter utilidade prática, ser usado, mas não trará emoções fortes pra mulher: será o simples pagador de contas.

  10. Até que enfim, o predomínio nerd. Pena que isto não chegou forte no Brasil, ainda. Vamos para frente força nerd, levando os sonhos de Spock para chegar à verdadeira BattleStar Galatica.

  11. hashuiahusia
    Parece que estou mais para cdf/nerd clássica , mas com uma pitada de neonerdismo, eu não sou descolada TT.TT ( mas disso eu sempre soube).
    Acho que estão na moda filmes e séries de Nerd, mas ser nerd nunca estará na moda, porque nerds são seres desprezados e pouco sociáveis. Na escola onde eu estudava pouquissímos eram considerados “nerds”.

    ^^ Vida longa e próspera a todos! \\//_
    hashuiahusia
    (ainda completarei minha coleção de mangás!)

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